segunda-feira, 15 de abril de 2013

Desmontando a lataria

      

    Está chegando a hora da pintura! Para não fazer um serviço porco demais, é preciso dar uma desmontada ao menos básica no carro. Os meus primeiros passos foram desmontar os pára-choques e os pára-lamas. Fazendo isso, é possível limpar e lixar melhor a lataria, preparando-a de forma melhor para a pintura. Mas isso não foi tão fácil quanto pensei que seria.



    Comecei o serviço retirando os pára-choques. Eles ficam parafusados no chassi (conforme foto acima), por baixo dos pára-lamas. Como eles passam por dentro dos pára-lamas, é obrigatório retirá-los primeiro. Só que retirar parafusos que estão ali há 40 anos não é uma tarefa simples. Foi na base de muito suor, desengripante e marteladas. Mas por fim saíram os pára-choques, e aí veio a dificuldade de verdade. No primeiro parafuso que fui retirar do pára-lamas, começou a dor de cabeça.


   
    Comecei pelo parafuso de baixo da caixa de ar (foto acima). E foi justamente ele que mais me incomodou. Todos os parafusos do pára-lama são parafusados diretamente na lataria, mas existem saliências soldadas na lataria, e são nessas saliências que os parafusos conseguem aperto. Essas saliências ficam pelo lado de dentro. É possível vê-las por dentro do capô, só que elas vão descendo até embaixo, lá no fundo da caixa de ar, onde não é possível chegar com as mãos. As famigeradas caixas de ar dos fuscas costumam estar sempre podres, e a do meu até que está bem boa. Mas essas saliência enferrujada estourou com as minhas marteladas na chave de boca, e começou a girar junto com o parafuso. Ficou como uma porca girando junto com o parafuso, e fiquei quase uma hora batalhando com alicates e chaves, fazendo malabarismos para enfiar a mão lá no fundo da caixa de ar, segurar a porca com o alicate e girar a cabeça do parafuso, pelo lado de fora, com a chave de boca. Desisti quando tinha dois dedos e as costas da mão direita sangrando.



    Fui tirando os outros parafusos um a um, sempre com dificuldade. Mas há um que impossível de ser retirado sem a chave correta. Não há espaço para girar uma chave como a minha, que é uma chave de boca simples (acima, à esquerda). Para retirar esse parafuso, se precisa de uma chave em "L", como a da foto acima, à direita. Como já haviam se passado algumas horas e eu já estava exausto e frustado pelo meu fracasso, deixei o carro apenas com dois parafusos em cada pára-lama e no dia seguinte fui dirigindo até a oficina mais próxima.



   Lá o mecânico serrou com uma maquininha elétrica o parafuso que girava com a porca e retirou com a chave em "L" aqueles dois parafusos impossíveis que tanto me empombaram. Fez isso nuns poucos minutinhos. Sempre me lembro do meu pai, que me disse uma vez: "Não há nada como se ter as ferramentas certas".



    Mas o que importa é que os pára-lamas estão desmontados e prontos para ser lixados. Fiquei muito contente com a integridade deles e da lataria interna do fusca. Entre os pára-lamas e a lataria, há uma borracha que fica esmagada. Depois de quarenta anos de infiltração entre as peças, imaginei que ao retirar tudo veria buracos de ferrugem e podridão mas, pelo contrário, as latas estão ótimas, bem sãs. Isso foi um bom sinal.



    Vir dirigindo com ele neste estado pelos 13km da oficina até a minha casa foram uma diversão a parte. Via todos olhando e apontando, enquanto caiam na gargalhada. Ainda bem que nenhum policial me viu, pois poderia não achar tanta graça!

    Até o próximo post!

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